Tecnologia e volatilidade. Um mundo aparentemente sem base, que nos obriga a descartar um dia que jamais existiu. E, pasmem. Isso dói.



As mega companhias do ramo de tecnologia que têm nos últimos anos faturado bilhões de Dólares através de acessos, patrocínios, vendas, e alienação da população mundial em torno de plataformas de entretenimento e negócios, tem se distanciado a passos largos do modelo de negócios que os içou à qualidade de donos do mundo. Inevitavelmente, produzirão um mundo de moribundos digitais, pois, o rompimento com o atual modelo de negócios está próximo, e as vitrines que deram vida a pessoas comuns, e encheram seus bolsos de dinheiro através de futilidades produzidas por eles, serão destruídas e sumirão como pó.


A política, as especulações nas bolsas de valores, a insurgência de pessoas perigosas, através dessas plataformas, pegou de surpresa seus gestores, que, se viram com saias justas, atônitos, diante de sérios ataques aos modelos de Estado que os permitiram existir, desenvolver-se, e se transformar, inclusive, em aspirantes a donos do mundo. As bolsas de valores operam dia após dia a compra e venda de ações que nunca acabam, e se desvalorizam quando o mundo real reage, e a especulação é feita à moda antiga, é quando o mundo material se mostra, fazendo jus ao que é tradicional, e lembrando a quem é um bicho papão virtual, que a vida ainda pode acontecer na concretude, e se materializar, quando impulsos advindos do mundo virtual, se faz.


Espantosamente, os seres humanos ainda não perceberam, que todas as maravilhas criadas por eles só fazem sentido mediante a participação efetiva, da massa mundial. Todas as ideologias, as leis, as bolsas de valores, dinheiro, e até mesmo o amor, só faz sentido se houver alguém que se importe, se não, tudo isso, nada mais será do que impulsos nervosos, e hormônios, operando em um monte de coisa nenhuma. Se coisas que se fizeram essenciais, para nosso mundo, depois de muitas discussões, perderam parte do seu valor e sentido, já imaginaram o que pode ser feito com algo que já nasceu sem forma e sem objetivo?  o virtual pode, deve, e é moldado ao bel-prazer de outrem, adaptado, destruído, para atender aos anseios de grandes corporações ou o objetivo pessoal de um, como dizem, CEO, qualquer, e não de quem realmente faz a roda girar. Alias, nunca será.


Realmente, a tecnologia se faz necessária e essencial, para o mundo, hoje. Mas, suas distorções e variações, tem criado um mundo, em que, pessoas imbecis ascendem como fenômenos. Os acessos, horas a fio, com os olhos vidrados na tela, em hand, rendidos estão, e os artistas seguem a margem, enquanto o que importa de verdade é negociado presencialmente, em discussões acaloradas. Me desculpem os leigos em teorias e ariscos com pensadores, mas, esse texto tem alma marxista, sim. Porém, se isso os conforta, é também salpicado de um apelo, para que, esses CEO’s e aspirantes a donos do mundo, deixem de heresias, e se comportem como o que realmente são: aqueles tiranos de filmes de ficção científica, em um mundo devastado, e não como liberais.


Esse texto é marxista, na parte em que afirma que a atração principal de todos os fenômenos sociais, políticos e tecnológicos, não se reconhecem enquanto atração fundamental de todas as plataformas consumidas, e, quem entende, está no topo, ou pleiteia ele, de alguma forma. A pobre massa não sabe embaralhar o jogo e se apropriar do que só pode acontecer com sua participação (ou estão presas ao status quo, isso é outra discussão). Para o conforto de alguns, este texto também é liberal, quando defende com unhas e dentes, que pessoas não sejam dominadas profundamente, por um carrasco invisível. Invadidas, em seu leito, e tão burladas, mentalmente, perdendo suas características essenciais, que indicam em meio à multidão quem são. Os tubarões da tecnologia não são liberais, pois, não respeitam o estado democrático de direito, e, é evidente que jogam como suas próprias regras manipulando a realidade que só pode ser vista através de uma tela com filtros, edições, hits empolgantes, e códigos, que vez em quando, hackers conseguem decifrar. 


Emerge dos porões do mundo inverso, que reflete, aqui, conspirações, espionagem, estímulos psicológicos desleais, um mundo sei lei. As redes, que possuem as rédeas virtuais do mundo, se explicam nos tribunais, que por sua vez, ainda não são as trincheiras do mundo material civilizado. É urgente, encontrar esse espaço, e uma simbiose saudável, entre o político que rege o mundo, e aqueles que refundaram as entranhas do mundo, o mundo virtual. Homens e mulheres precisam se emanciparem politicamente em seus mais variados níveis: leis, política, tecnologia… não podemos mais sermos arrastados por um pensamento oculto que fará de nós um bagaço. Se assim continuar, nosso melhor estará fora, transformado em lucro, ideias, inovações das mais diversas formas, em política, em tecnologia, e, os verdadeiros autores, as inspirações de tudo isso estarão moribundos, olhando para tudo isso prestando reverência à charlatões, mas, verdadeiramente, estarão contemplando a si. Na boa visão marxista, sobre o que são as coisas, o mundo é nada mais nada menos que a material contradição humana. A tecnologia, por sua vez, nada mais é do que a mesma contradição invertida ao quadrado, e precisamos da equação perfeita, para saneá-la.


A primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta, a milésima revolução industrial (se houver, um dia), aconteceram a partir do esgotamento, do que um dia se fez fundamental para um período histórico. Eram sistemas físicos complexos, usados para a produção de mercadorias, sistemas econômicos baseados no trabalho manual, e nada, absolutamente nada de especulação que gere lucro. As revoluções industriais, foram antes de qualquer coisa, a revolução do pensamento, sucessivas e pequenas revoluções culturais, que ano após ano, desconstruíam mitos, Reis, e veio a calhar na superação revolucionária da forma de produzir coisas, e obter lucro.


Hoje temos um número escabroso de revoluções acontecendo simultaneamente. A corrida pelo monopólio da inovação, tem como plataforma, a estética espiritual da tecnologia, dos deuses ocultos que, na tela preta, utilizando de seus códigos binários ou não, para desfazer em um sopro, ferramentas usadas por todo o mundo. Horas, dias, anos passam a não mais fazer tanto sentido, ou não fazem tanto sentido como deveriam. Memórias retratadas em plataformas; o único registro de um dia, que provavelmente nunca existiu, na vida real. Talvez não era aquilo que fariam se não tivesse nas mãos uma vida no feed para montar, editar e reeditar. 


O dinheiro que esse movimento cotidiano gera, é o plano de fundo de algo maior. A vida acontece como vitrine de entretenimento. As campanhas políticas acontecem na base de um algoritmo arbitrário, e os comunicados oficiais dos governos, acontecem competindo loucamente com coisas, que juntas, não fazem o menor sentido, pois, em algum momento desaparecerão, ou melhor, oficialmente, nunca terão existido.





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