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Mostrando postagens de junho, 2015

Solfejo furado

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Com sólidos solfejos de idéias, iniciei um concerto perfeito, mas, na verdade, sugeri a nota errada. Solfejo furado.  É 0h13mn, e como passou rápido! Ontem foi dia 15, mais 3, dezenove, mais 4, eu completo 28. Há uma matemática objetiva, clara e involuntária que nem horas e anos correspondentes à nossas vidas são tão objetivas. Não há objetividade para o acúmulo da idade, que corresponda diretamente aos anos vividos.  Há coisas escondidas nos arquivos químicos de nossa mente que nos formam. Já é 0h19mn, e ouço o ronco de alguém aqui na casa, provavelmente do meu irmão mais novo. Já é 0h20mn, e não há quem brinque com a seriedade do brinde que faço com minha alma quando me concentro nas letras.  Agora, 0h22mn, as horas passam, e o meu brinde se desfaz. Nu, eu continuo a escrever, minhas vestes são essas palavras, que me estruturam e me dão vida. Me sinto um poeta, eu faço textos, e não ligo se o solfejo desse momento está errado. Sinto-me  um poeta, produzo textos. U

Na BR, em Marizópolis. Fiz o Texto em Ceilândia.

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Embora os dias não sejam de escrever bons textos, eu insisto em escrevê-los. Embora o dia não seja interessante para inflar minha cabeça, e explodi-la em forma de crônica, eu insisto, e vale a pena tentar. Inspiração instantânea, é relembrar a BR no sertão paraibano, perto de Marizópolis, e poder sentir aquele calor insuportável em pleno contato com aquela gente, sentado debaixo de um pé de algaroba em uma pedra qualquer. A inspiração chega quando eu lembro de como é o pôr do sol naquela vegetação árida, e recordo que o céu fica Laranja avermelhado, e se ficarmos de frente para o sol, vemos a silhueta das árvores secas, e imensas serras de pura rocha. Eu gosto de sentir saudade do meu lugar. A inspiração chega, quando eu olho para dentro de mim e vejo que lá no fundo tenho a marca de um lugar que eu sou pertencente. Eu tenho a marca de um lugar de prédios centenários, eu ainda tenho a marca das rezas contra o mau olhado, eu levo em meu documento uma naturalidade carregada d

Despedida

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Eu tinha uma obra que eu presava demais. E o autor dessa obra, um cronista, me ajudou a encontrar morada na literatura. O Cronista me ajudou a sentir a beleza de um breve instante paralisado em um texto aparentemente descartável, que em um passado distante, foi publicado, e possivelmente passou despercebido em uma das páginas do jornal que foi publicado. Eu tive duzentas dessas obras em um livro, o livro que eu tinha um carinho enorme, o livro que direcionou minha carreira de produzir textos. O Adquiri com o dinheiro do meu último salário há mais de um ano atrás, e agora, em uma fútil saída com esse meu querido livro debaixo do braço, o esqueci em um balcão qualquer. Ele ficou em algum lugar de Brasília. Aquelas crônicas que fizeram minha cabeça, torço bastante para que faça a cabeça de outro, que inspire, e que faça de outro amigo, amante das crônicas, admirador de Rubem Braga, e sensível à vida. Nesse momento, o meu amigo deve estar sentado à sombra de uma árvore, acari