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Mostrando postagens de abril, 2010

É?

Um   tento. Há muito tempo   tento. No  tempo crio um medo, meu medo faz um mundo. Se meu medo faz um mundo, meu mundo é um   medo, que recebe de mim um presente, que é a garantia que ele pode   existir e   exercer seu efeito sobre mim, traindo, sou, então, levado ao precipício dos traumas, que consequentemente traz raiva e frustração pelo fracasso, ao tentar. Tento: bônus, vantagem adquirida, chance de acertar. Tempo. Aja no tempo e haja tempo para agir. Passa tempo, passa por mim. Passa-se o tempo e o agir passa, se arrasta, preso pelo medo, o medo peculiar do nosso mundo. Medo, não volte! Ou, destruamos nossa visão de mundo, ou, pelo menos mudemos algumas peças. O medo, a culpa, é uma instrumento poderosíssimo, na sociedade.

Contravenção

Eu, antes digo, o antedito me faz tremer. Porque antes via as coisas da minha forma, mas percebi que minha forma não existia, era mero achar, eu, falido apenas reproduzia pensamentos alheios, incrustados em mim. Pesava maravilhado minha opinião sobre as outras. Mentia. Mentir faz parte. Mentia, mentir é arte? sentia que era parte de uma lógica que a mentira   faz   parte. Constrói-se reinos baseados na mentira. Mantem-se sistemas na base da mentira. Mentir: verdade momentânea. Se a vida é feita de momentos, mentir é verdade. Se a verdade nunca morre, mentir é morrer e se eu morrer minha verdade vai comigo.

Resignação como produto

Bartolomeu,  amigo não se vive mais como antigamente, no   passado   plantávamos sementes de amor e de bem querer. O dia está mais escuro, as estrelas nem brilham mais, os olhares são foscos parece olho de morto. Dentes cerrados para guerrear e estamos amando a competitividade. O mais forte, mais bonito, mais alto, charmoso, em suma, o perfeito fisicamente, o retoricamente melhor, o mais rico, estes são os que merecem posição de destaque na sociedade. Amigo Bartolo, e nós, onde estamos?  as comportas da destruição estão abertas e o povo vive em festa, caminhando e cantando rumo ao precipício. E pularão induzidos e outros por opção. Cantarão um hino e chorarão.   E não lhes restará mais tempo para serem felizes, e as feridas não mais serão cicatrizadas. Bartolomeu, amigo, a terra emanava leite e mel e as portas do céu eram abertas, e hoje sinto que minhas orações não passam do teto da minha casa. Estamos mergulhados num oceano de desgraças. S ou fiel a ti, em ti afogo minh