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Mostrando postagens de setembro, 2014

Ah... Minhas mulheres

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Quando ela tragava o cachimbo, a boca emitia um som estranho. Ela salivava bastante, e a cusparada babada e condensada era clara, carregada e se esparramava feito "baba" de babosa, e se juntava às outras em forte união, na calçada.  A fumaça era escura, o cheiro era bom. Ela me abraçava forte, e o cheiro vinha, adentrava minhas narinas... Essa é a principal lembrança que tenho dela nos dias de minha infância.  Não sei bem porque ela reapareceu de supetão em minha cabeça.  Tomo mais um gole de café, mais uma tragada em meu cigarro de palha, e trago para dentro de mim sentimentos calorosos, lembro da pele cor de jambo daquela senhora, que se enrugava, dobrava-se como se quisesse se esconder. Olho minhas mãos, as mesmas mãos que eu apoiava naquela calçada cuspida, quente, e porosa. Mais uma tragada; há alguns meses,  reencontrei esta senhora. Antes, certamente, usava dentadura, hoje, ela não liga em apresentar-se com uma boca murcha e desdentada. Havia