Querer não é, há um árduo trabalho até poder



Tem sido penoso fazer política no Brasil. O assédio que ronda lhe sugerindo desvios ou atalhos que conduzirão até seu objetivo, são ininterruptos. Bajulações, fortalecimento de uma agenda que em nada contempla sua realidade, também estão na ordem do dia para alguns. 
A dificuldade que se encontra hoje para fazer política de forma autêntica e original, ou melhor, efetiva, avançando junto dos que estão engajados politicamente, temos hoje dois problemas que minam políticos da periferia, e que ajudam a eleger os políticos ricos e/ou de famílias tradicionais, os magnatas, são esses, a polarização ideológica, e ter políticos de estimação. 
Esses, transitam por aqui há muito. O poderio financeiro alavanca por anos sua projeção política. Seu envolvimento com a burocracia facilitou o acesso de hordas de pobres da periferia à programas habitacionais, à programas que forneciam pão e leite, o furo em uma fila de atendimento hospitalar, o acesso facilitado a um caro medicamento, coisas que essas pessoas jamais conseguiriam se não fosse o empurrãozinho ou manipulação de alguém.
Herdou esse patrimônio “político” desleal e covarde, assim como toda visibilidade que esse movimento deu à cara e ao nome da família, os seus filhos, netos, sobrinhos, todos eles gozam por gerações essa alienação, e prisão sem grades.
Se tratando de um país extremamente desigual, a periferia ainda decide por entregar o futuro de sua cidade, ou país, à endinheirados; os empresários nadam de braçadas, por saudosismo e/ou dívida, votam nos representantes de famílias tradicionais, enquanto políticos bem intencionados, que conhecem os caminhos e lugares que nenhum desses ousam em pisar, ficam às margens, ou nem isso, quando se trata de protagonismo político gerado pelo voto. Os sindicalistas, que têm ou deveria ter mais proximidade com o povo,  esses estão em baixa pelo conjunto da obra, muitos se transformaram em lacaios dos patrões, outros viraram as costas à categoria, em detrimento de um projeto pessoal, e os trabalhadores ficaram a ver navios.
Sobre o problema da polarização ideológica é preocupante, por que fraciona ainda mais a comunidade, e irmãos passam a ser vistos como inimigos, a deturpação de qualquer medida que represente ou pareça ter convergência com a ideia política oposta, passa a ser tratada como ruim, errada, e o sectarismo político, o preconceito, e a rivalidade, se faz latente entre pessoas do mesmo bairro.
A dificuldade em entenderem conceitos políticos e filosóficos fundamentais para quem se aventura no mundo político, é uma das barreiras que mais se consolida como permanente nesse meio confuso, de pessoas que claramente querem fazer política com maldade, e têm feito, tendo também a burrice como carro chefe.
Fazer política em uma conjuntura que já temos nosso excluído e definitivo lugar cativo, no cenário, é pesado, por que passamos anos tentando romper as grades e as correntes que nos prendem, e consequentemente nos impedem de desenvolver um caminho promissor para a cidade e uma política mais efetiva, que mude a vida das pessoas.
Conheci Pessoas que tiveram essa oportunidade, de serem eleitos. Terminaram como serviçais de parlamentares mesmo sendo parlamentar. Terminaram como meninos de recado de empresários, de aristocratas regionais. Saíram pela porta dos fundos das assembléias e câmaras legislativas municipais, estaduais, e federal, e merecem ser lembrados com vergonha, para que, a periferia vire a chave e mude o critério de seus votos.  
Fazer política tem saído caro para a cabeça e para o coração de quem com olhar apaixonado e coração sincero, tem lutado para participar competitivamente de eleições. Porém, ter propósito, na caminhada política, é o que faz diferença. A cada passo dado, pense lá na frente, pense que as energias estão sendo propagadas até ao futuro. De alguma forma, você já estará movendo as peças de uma realidade  que está no futuro, e algo que está por lá, já acena para você. 

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