ESSA ONDA VAI PASSAR

Qual preço se paga ao bajular (conscientemente) os boçais? O que acontece, para que, mesmo com todos os sinais, aliás, com fatos, com todo show  melancólico, cômico, protagonizado pelo seu mito, os adeptos do bolsonarismo, que não são conservadores propriamente ditos, mas representantes do que há de mais atrasado e reacionário no pensamento político, não admitem a pobreza de ideias e o flerte com o enfraquecimento do estado democrático de direito, e consequentemente com um golpe?

Ainda não perceberam? O que sustenta essa cegueira? Caso não seja cegueira, o que sustenta esse ódio e a negação ao debate e à harmonia entre os diferentes? O que sustenta o ódio nas entranhas que gritam a todo tempo: dilacerem, aniquilem nossos opositores! Nós somos o bem e  eles são o mal. Quem não está conosco e ao nosso modo, está contra todos nós.

Como formularam esse maniqueísmo político, em que, existe Bolsonaro (o lado bom), e todos os outros representando o que há de mais sujo na política? Eles não têm base fatídica alguma para acreditar nisso, que não seja seu fanatismo, seus preconceitos, e tara por um modelo de estado em que o autoritarismo reina.

Sonham com um modelo em que, integram milícias paramilitares em micro-regiões, onde intimidam os que pensam o contrário deles, e andam exibindo seu corte de cabelos, seus trajes táticos, e sua pistola, e, ah! O Coturno! Coturno é importante.

Não quero aqui fazer relação dessas pessoas com os militares de forma geral (digo os do exército brasileiro), é um erro estigmatizarmos militares como usurpadores da democracia, mas, essas pessoas fazem sim essa relação, e olham para o exercito brasileiro, sonhando com um golpe de estado.

Primeiramente, temos que redirecionar o nosso sentimento no tocante às forças armadas. Sentir orgulho, segurança, e satisfação, ao olhar para um homem de farda verde-oliva é necessário, mas, sempre com o pensamento de que, ele nos protege do mundo, e não de nosso opositor político.

Pessoas que sonham e insistem em usar nosso exército contra nós mesmos, devem ser banidas da política nacional. Devem sim ser olhadas com desconfiança, devem ser repreendidas, e não merecem o voto de pessoas que anseiam liberdade e democracia.

Tem sido fácil separar oportunistas de quem sinha em melhorar as coisas, por aqui. Como sempre digo, essa onda vai passar. Mas, o que não deve passar em hipótese alguma, é a nossa sede por combate à bajuladores, que chamaram de meu querido presidente, e fizeram juras de amor à quem nos rebaixou e têm nos rebaixado a cada dia diante do mundo, tendo como aliado tudo o que é e foi de mais rasteiro na política brasileira, e usando Deus para fins eleitoreiros, mentindo para quem tem fé, de fato. 

21/03/2019