O que fazer, Brasil?

Há anos, a democracia brasileira vêm sendo burlada, a constituição sendo rasgada, e, o decoro necessário, principalmente por parte de nossos representantes, têm sido pisado, e claramente há um incentivo à essa conduta quando não se observa o respeito pelo adversário político e pela sociedade, os líderes incentivam os cidadãos, que por sua vez se sentem autorizados e encontram nessas atitudes respaldo para fazer o mesmo. Regras de convivência publica e privada, sendo ignoradas, tomam proporções inimagináveis, tragicamente.
Dessa forma, nossa democracia representativa, assim como a democracia propriamente dita em seus mais diversos níveis, tem se distanciando cada vez mais do objetivo original - o de organizar e atender a sociedade. Partidos políticos, parlamento, governos, policias, o judiciário, ONG´s, movimentos populares, igrejas, mídia, entidades esportivas, todas, sem exceção, têm sido questionadas no seio da sociedade. Desde a mais importante até mais simples instituição brasileira é passível de duros questionamentos, e têm perdido ano após ano sua credibilidade. 
Alguns textos, inevitavelmente, pela minha história de vida e militância política, pode, vez ou outra, tender à um lado político-ideológico. Ao longo do tempo, não abri mão de oxigenar minha mente e abrir os horizontes, de olhar qualquer impasse político de várias perspectivas, procurei me desprender de ideologias originalmente europeias, por que entendo que, o ser humano é complexo para que adaptemos a todo custo pensamentos  exageradamente baseado no contexto cultural e político das sociedades europeias, à nossa realidade. Defendo a formulação do brasileirismo, que seria uma política econômica e social híbrida, unindo o que há de melhor nas ideologias tradicionais, porém, voltada exclusivamente para o perfil social e histórico do brasil, (isso também não exclui a possibilidade de sucesso de adaptação de um ponto ou outro, das maiores famílias ideológicas) com uma  rígida máxima, a defesa irrestrita da democracia e da liberdade, e, da constituição brasileira. 
Gostaria muito de ter concluído alguns desses pensamentos, com o mesmo sucesso em que uma discussão entre ideias conflitantes proporciona, mas, meu déficit de atenção não diagnosticado por um profissional da área, mas sei que tenho, não me permite. Mesmo assim, cada texto traz a ponta de um pensamento refletido exaustivamente, e impresso na sociedade, para certificar se verossimilhança, aceitando, sim, imperfeições e lacunas no pensamento que consigo justificar discursando.
Gostaria de escrever um livro tratando de um assunto apenas, continuamente, gostaria de escrever um livro com outro formato que não esse, mas, as ideias postas dialogam entre si, e de repente esse seja meu estilo, minha limitação, minha forma de transmitir minhas ideias.
O título, Democracia em cheque, não tem relação direta com um governo ou figura política específica. Escolhi esse título, pelo conjunto da obra. Principalmente pela nossa postura enquanto cidadãos, leitura de mundo, postura privada, paixões, preconceito, e também de forma geral, pela postura de nossos representantes, que ano após ano, nos têm trazido atraso político-democrático, econômico; pela briga ideológica, interesses pessoais, de grandes corporações, enfim, são muitas coisas que não cabe aqui, agora, citá-las. 
Um programa, um propósito político, moral, de integridade, é mais que necessário. Caso não tenhamos isso, caminharemos dia após dia, ao precipício, ao caos. Temos condições de formular esses propósitos, discutindo amplamente brasil a fora enquanto a política ordinária é feita e desfeita, enquanto brincam de nos governar, enquanto grosseiras falas são feitas, enquanto as bases do caos são alicerçadas.  
Precisamos reagir. E esse programa que conota pacto, têm de ser entendido no privado, nas famílias, nas empresas brasileiras, dentro de toda classe política, pois, nossa constituição se assemelha a uma grande colcha de retalhos, e que a cada legislatura grupos a disputam tentando dilacerá-la, não podemos mais tolerar isso, esse movimento imoral, mesmo que façam com o regulamento debaixo do braço. Temos hoje uma constituição que se sabota o tempo inteiro. Fiquemos atentos a isso: cláusulas pétreas a todo momento são atropeladas, encontram respaldo na própria constituição, para tal. Nossas cláusulas pétreas se transformaram em pó? Nossa constituição seria um imenso castelo de areia? 
Qual pensamento precisa adquirir o povo brasileiro? O que precisamos de ter enquanto cidadãos, para fazer de nosso país próspero, para fazer de nossas instituições, públicas e privadas, confiáveis? O que realmente precisamos fazer, para que sejamos confiáveis?

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