Solfejo furado



Com sólidos solfejos de idéias, iniciei um concerto perfeito, mas, na verdade, sugeri a nota errada. Solfejo furado. 

É 0h13mn, e como passou rápido! Ontem foi dia 15, mais 3, dezenove, mais 4, eu completo 28.
Há uma matemática objetiva, clara e involuntária que nem horas e anos correspondentes à nossas vidas são tão objetivas. Não há objetividade para o acúmulo da idade, que corresponda diretamente aos anos vividos. Há coisas escondidas nos arquivos químicos de nossa mente que nos formam.
Já é 0h19mn, e ouço o ronco de alguém aqui na casa, provavelmente do meu irmão mais novo. Já é 0h20mn, e não há quem brinque com a seriedade do brinde que faço com minha alma quando me concentro nas letras. 
Agora, 0h22mn, as horas passam, e o meu brinde se desfaz. Nu, eu continuo a escrever, minhas vestes são essas palavras, que me estruturam e me dão vida.
Me sinto um poeta, eu faço textos, e não ligo se o solfejo desse momento está errado. Sinto-me  um poeta, produzo textos. Um texto carregado de sentimento, sentimento de poeta, o sentimento do concreto solfejo furado (eu lírico) em forma de texto, não sei nem um dó, tenho dó dos meus textos, apenas sinto-me um poeta. 

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