Dedicatória



Dormiu ao meu lado. Por um minuto em pensamento, o "fagocitei". Veio direto em minha mente, e fez minha cabeça naquela noite de denso sono. Na segunda folha, passei o dedo indicador de minha mão direita por todas as letras, ali, foi depositado todo o carinho, de um momento ímpar que tive, sentado sobre um velho e empoeirado banco de concreto, de um ponto de ônibus.

É tinta! É tinta... E de fato será, até que um dia se apague. É tinta, é tinta e carinho, que será eterna, porque não sumirá antes que eu volte ao pó, para compor quimicamente o solo, em um buraco qualquer.

Essas letras em tinta, se encontram do lado esquerdo inferior da segunda folha.
Somado os números que estão nos dizeres, resultam em vinte e oito que conta minha próxima idade. São vinte oito anos que não merecem esse carinho estampado, que me invadiu por toda uma madrugada, que não saiu de minha cabeça por todo o dia de hoje.
Não que as palavras estejam comigo, mas é que, o cheiro de teus cabelos que se misturava ao desagradável cheiro de álcool que meu corpo exalava, em meu sonho, tudo explicava.
Eu pude pausar cada minuto, cada momento. Eu pude olhar para você como se fosse a primeira vez.
Meu sonho se passou nas letras negras que fizeste na segunda folha e nós caminhamos horas e horas em círculo pela ultima letra do carinho. Fazendo um caminho perfeito na circunferência da relação inexplicável que denominou-se carinho. Impenetrável, incomparável, doce e singular.
Agora, por fim, dedico essas palavras à dedicatória tua. Deixo palavras à você no dia quinze de Setembro. Com carinho, deitado em um velho colchão, ouvindo o barulho dos grilos, sentindo acelerar o coração, e motivado pelo teu carinho. Obrigado.

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