Páscoa paradisíaca em terras brasileiras



Ouvi um dia, em 1997, que nomeado foi o Monte Pascoal por Pedro Alvares Cabral. Ao chegar em terras estranhas, carimbou a gênese de minha saga, viabilizando o início de minha árvore genealógica, me fazendo exercer uma espécie de paleontologia sobre os resquícios dos fósseis de meu DNA, espalhados nas pessoas, pelo Brasil. Era páscoa, e naquela manhã de sol, do leme da caravela, contemplava Pedro, deu azar, Pedro, quando apoiou uma de suas mãos num mastro qualquer, improvisado, onde passava uma corda.
O Primeiro Puta que Pariu em terras brasileiras foi ouvido, quando um jovem marujo puxou com tamanha força essa corda, que raspou uma de suas mãos (não recordo qual), levando uma leve tira de couro e pelos, chegando aos vasos sanguíneos, sangrando... Contemplar não mais foi a melhor coisa naquela linda manhã. Pedro deu um sopapo, e a santa que estava em uma de suas mãos, (Não recordo qual) caiu na água salgada do mar daquela terra estranha, e afundou no infinito azul, debaixo à baixo, e mais ainda, de ouro! o couro com pelos, feito espiral pelo movimento da corda, também foi à água.
Irritado, Pedro decide que é chegada a hora de pisar pela primeira vez naquela praia de areia cheia de pegadas. Vai embarcar no bote, pisa em falso, cai na água que adentra suas narinas, água salgada arde! Queima o ferimento de uma de suas mãos, eis o primeiro:  Que porra é essa? , que inaugura a Páscoa de terras brasileiras. Rema, rema, remando o marujo... Pedro desce do bote, suspira, vê a índia nua e crua. Eu quero! Diz Pedro, os olhos do marujo brilharam quando o corpo cor de canela da índia foi avistado. O marujo se imaginou debaixo de uma arvore qualquer que fizesse muita sombra, e em sua mente, viu duas daquelas belezuras, nuas, lisas, exóticas, lhe dando frutas doces, suculentas, em sua boca. 
Manga! o cheiro doce da manga espada, sentiu o marujo nos mamilos de uma de suas índias. Carambola! ele viu entre as pernas. Negros como a noite eram seus cabelos, e a brisa daquele lugar o fazia viajar... 
Mas o marujo estava debaixo do sol escaldante, trazendo para a areia o bote, suas mãos calejadas, faminto, suas roupas eram trapos, o marujo tinha doenças venéreas, leishmaniose, piolhos, ferimentos, e más intenções em sua mente, ladrão, pobre, triste, cumprindo pena por um crime qualquer cometido em terras lusitanas, o marujo chega perto da formosa índia, dá um sorriso, mostrando os seus dentes podres, e diz: Feliz Páscoa! Pedro lhe dá uma bofetada e diz: Essa é minha! 

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