Sossego
Eu, maravilhoso, sentado no bus, estou numa linha Semi Expressa,
uma linha via EPTG (Estrada Parque Taguatinga), SIG(Setor de Indústrias Gráficas), passa em frente ao MPDFT( Ministério Público do Distrito Federal e
territórios), em direção à W3 Sul. O motorista, conduzindo o ônibus muito
rápido, passa nas lombadinhas da pista, e sou arremessado para o alto. Bato com
a bunda no assento de forma brusca, chega sinto meu estômago balançar dentro de
mim! Ah, Percebi que estou impaciente, nossa! Paro de escrever porque tem uma
senhora ao meu lado, que está me irritando demais!
- Cale-se! Ela fala muito alto ao telefone! Literalmente,
gritando ao meu ouvido, ela reclama, supostamente com sua sobrinha, sobre a
conta alta no telefone fixo de sua residência, mas eu não tenho nada haver com
isso!
Olho ao assento do lado e vejo escrito: Maconha. Transfiro-me
aos fleches que teria se tivesse usado, imagino ter perdido a noção do tempo,
para que aquela voz ao meu lado não me irritasse mais, e para que eu não
ficasse filosofando na apologia feita em letras grossas e negras no assento ao
lado.
Mas essa voz me irrita demais, Vou pagar-lhe um “sapo”!
Engulo minha intenção falar. Como agiriam as pessoas, se eu fosse tão rude com
a pessoa sem noção que gritava ao meu ouvido? Será que teria alguém para defendê-la? Eu perderia minha razão na forma que eu queria adverti-la? O Fato é que eu
acordei pavio curto, e não aguentava mais ouvir aquela voz que me invadia, que
me violava.
Tenho certeza que a moça do outro lado da linha, nem estava
ouvindo aquele sermão, é fato que o telefone, nem estava ao seu ouvido, e eu
estava recebendo de tabela, aquele “carão”!
Estou no SIG, o ônibus está em um pequeno engarrafamento, o
sol bate no meu lado esquerdo, está muito quente, as janelas estão todas
fechadas, está muito calor, ela grita ao meu ouvido, eu estou muito atrasado, o
ônibus não anda, estou muito perto de chegar, mas eu não chego! Eu estou
apertado, preciso ir ao banheiro!
Feito reza, a senhora não para de repetir as mesmas coisas ao
meu ouvido, ela fala muito alto! Eu tenho que pagar uma conta Hoje, eu não
tenho o dinheiro, tenho uma música chata em minha cabeça que não consigo parar
de cantarolar em pensamento, eu só sei exatamente essa parte da letra! O ônibus
balança demais! Vai descer o mijo! Puxo a campainha, o ônibus para bem antes da
parada, e ao descer do ônibus, piso em algo, olho para conferir; E foi na
plaquinha que estava fincada no gramado do MPDFT, com os dizeres: Não pise na
grama!
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