Sorria, você está morrendo queimado!

Foto Carlos Vieira/Codehab

Sorria, você está morrendo queimado! Em um assentamento de famílias miseráveis na extrema periferia de Brasília, em 11 de Setembro de 2011 marcam 33°com umidade relativa do ar de 13%.
Morando em mínimos lotes com barracos de madeira com telhas de amianto, asfalto inexistente crianças chorando doentes realmente, um calor Infernal! O gato miando, e os ratos correndo a criança chorando, sentindo fome, o sol os abraçando com Beijos quentes e mãos de brasa, falta água encanada! Nem um copo sequer, o bacuri chora. E agora? Nem o dinheiro da passagem existe para fazer um corre de comida, o vizinho também não tem água, apenas um pedaço de carne salgada, mas se comer a sede vai aparecer, e a água?
Ao meio dia chegam os ônibus do governo para pegar as crianças para os levarem à escola, os ônibus passam, e a poeira come! Os cabelos duros... No Distrito Federal, a cor do uniforme padrão das escolas públicas é o branco com a Terceira ponte do Joaquin Roriz desenhada, branco pra quem mora bem! Das crianças desse pedacinho de que falo, é marrom-vermelho, ou melhor... Fica meio Rosa-Barrão... De sujeira porque falta água, manchada de lágrimas pelo desgosto da vida, manchada de fome, manchada pelo alcoolismo do pai, pelo sofrimento da mãe, pelo uso de Crack do irmão mais velho.
Tudo bem. As crianças chegam à escola. Facilmente diferenciadas no meio das demais, sua pele suja e ressecada com pequenas marquinhas ovais de uma água qualquer que respingou, àquela velha coriza que desceu do nariz que cristalizou, a criança que estava chorando ficou com o rosto marcado de lágrima, tentando brincar na escola, os falta também concentração para armazenar aquele valioso aprendizado. A criança que mora naquela comunidade próxima tem a roupa limpa, a pele mais hidratada a fisionomia mais viva e insulta com preconceito as vezes a criança sofrida.
Nesse momento estamos nós em nossas obrigações, preocupados em concluir nossos deveres preocupados com o nosso trabalho, nossos estudos e um fenômeno semelhante nos perturba, O Calor e a escassa umidade! Dissecados, nós nesse paralelo miserável viramos carne seca, Charque brasiliense! Sobe fumaça da floresta Nacional e nos defuma. Que maravilha! ah se todo ano fosse assim! Sorria, você está morrendo queimado!

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