Resignação como produto
Bartolomeu, amigo não
se vive mais como antigamente, no passado plantávamos
sementes de amor e de bem querer.
O dia está mais escuro, as estrelas
nem brilham mais, os olhares são foscos parece olho de morto. Dentes cerrados
para guerrear e estamos amando a competitividade.
O mais forte, mais bonito, mais alto, charmoso, em suma, o perfeito
fisicamente, o retoricamente melhor, o mais rico, estes são os que
merecem posição de destaque na sociedade.
Amigo Bartolo, e nós, onde estamos? as
comportas da destruição estão abertas e o povo vive em festa, caminhando e
cantando rumo ao precipício.
E pularão induzidos e outros por opção. Cantarão um hino e chorarão. E não lhes restará mais tempo para
serem felizes, e as feridas não mais serão cicatrizadas.
Bartolomeu, amigo, a terra emanava
leite e mel e as portas do céu eram abertas, e hoje sinto que minhas orações
não passam do teto da minha casa. Estamos mergulhados num oceano de desgraças.
Sou
fiel a ti, em ti afogo minhas tristezas, então, tudo fica tão limpo. Me arrepio todo quando te
sinto. Me torno insano ao tratar minha mente junto a ti, desespero, me torno um
menino. E ai todas as cores se fazem presentes no mundo, mas eu me sinto um
imundo. Mesmo assim eu te sou fiel. Bar, tolo meu.
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